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Prof. Dr. Robson Maia Franco

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Prazo Comercial das Matrizes Alimentícias

Postado por Microbiologista sábado, 8 de setembro de 2018


Olá amigos, estou passando para alertar sobre um assunto que está intrinsicamente relacionado com o consumo de Alimentos Saudáveis (Matrizes Alimentícias Saudáveis “MAS”) e perda de matriz alimentícia que é uma das causas sobre a deficiência do consumo de  matriz alimentícia inócua e segura que segundo o meu ponto de vista é fundamental para que cada um de nós seja o “vigilante sanitário” que é a Validade Comercial (VC) ou o Prazo Comercial (PC). Os termos mencionados tem sido observados na mídia e em algumas literaturas, como vida de prateleira, prazo de validade e outros “jargões” que segundo a gramática não são os mais adequados à nossa linguagem coloquial ou científica. Vamos ao que interessa. Quando se refere ao Prazo Comercial é fundamental saber que a determinação do (PC) é regulada tecnicamente e cientificamente por órgãos oficiais nacionais fiscalizadores (Ministério da Agricultura, Ministério da Saúde, Código de Defesa do Consumidor...) c internacionais, cuja  avaliação científica, é frequentemente,  testada pelos técnicos e auditores dos países importadores. Contudo, é imperativo que existe estreita relação entre (PC) com os padrões de microbiológicos de identidade e qualidade, sendo necessário conhecer a composição das matrizes alimentícias, fluxograma de produção, características da rotulagem, temperatura: de manutenção, de transporte, de comercialização; composição gasógena das embalagens. A obrigatoriedade do (PC), deve ser para qualquer tipo de matriz alimentícia não importando a origem. O fator principal é a manutenção da salubridade do ingestor porque a matriz alimentícia destinada, pelo fabricante, pode ser a única fonte de nutrição, para a dieta de consumidores doentes, neonatos, diabéticos etc..., por um período específico ou que por algum motivo não podem consumir alimentos normais e destinados aos consumidores em geral. Outra razão, é a produção de matriz alimentícia segura para que não se torne, microbiologicamente, imprópria, para consumo, antes que a deterioração seja visível,  oque afetará a aceitação pelo consumidor, e ocorra impacto negativo na saúde e na comercialização. Algumas alterações podem afetar a aceitação do consumidor, ocasionando perdas econômicas e desperdícios. Alterações como ranço, mudança de textura, perda ou ganho de umidade, aumento da força de cisalhamento, perda de sabor, alterações produzidas pela luminosidade (oxidação), escurecimento enzimático, escurecimento químico, deterioração microbiana. Logo, conclui-se que os perfis, físico - químico e microbiológico dos lotes, devem ser avaliados, principalmente, quanto às características sensoriais. A estabilidade da matriz alimentícia  e consumo seguro têm como base os testes de armazenamento procedidos entre 4-6ºC e sob condições de abuso de temperatura moderada, correspondentes  às encontradas na cadeia de frio comercial e/ou abuso de temperatura durante a permanência na comercialização, no transporte pelo consumidor e erros de estocagem e de manipulação nos domicílios. Os responsáveis, técnicos independentes da formação técnica-científica, devem inspecionar as matrizes alimentícias em momentos adequados e testadas, quanto à estabilidade das características físicas e químicas (sensoriais) críticas, sempre mantendo atualizadas as planilhas referentes à temperatura dos equipamentos frigoríficos nos períodos diários estabelecidos. Com a interpretação das análises sensoriais tem-se a oportunidade de relacionar e iniciar as bioanálises microbiológicas e conhecer a microbiota deteriorante (sacarolítica – proteolítica – lipolítica), e pesquisar os patógenos tolerantes ao frio (Listeria monocytogenes – Yersinia enterocolitica – Bacillus cereus – Closridium botulinum). Os testes bioanalíticos microbiológicos laboratoriais devem continuar além do prazo comercial, a menos que a matriz alimentícia se deteriore antes da data estimada, para que se conheça o prazo comercial. Deve-se atentar que alterações embora sutis, como: modificação do pH  ocorrida devido ao crescimento microbiano ou falha no sistema tampão, sinais de crescimento superficial de microrganismos, sinérese, condensação ou emulsão quebrada, entrada de oxigênio em embalagens de alimentos com atmosfera modificada ou em embalagem a vácuo, migração de cor dos envoltório para a matriz alimentícia e/ou outra qualquer alteração imprevista,  podem ser importantes para alertar   aos profissionais da área de produção de matrizes alimentícias que as características citadas são inadequadas ao consumo de alimento saudável. A informação da validade comercial é obrigatória na rotulagem, conforme Resolução da Diretoria Colegiada 259/ANVISA, de 20 de setembro de 2002. Deve constar de pelo menos: dia e mês para com validade comercial para matriz alimentícia não superior a três meses; mês e ano para matriz alimentícia com validade comercial superior a três meses. Então, em termos práticos fica a seguinte pergunta. Matrizes alimentícias com PC vencido podem ser consumidas? Verdadeiramente, o prazo comercial é determinado com certa margem de segurança. Se o prazo comercial, de determinada matriz alimentícia, é de cinco meses e 20 dias, por exemplo, a data que constará na embalagem será de cinco meses. Mesmo assim não se deve adquirir e/ou consumir matrizes alimentícias, após a validade comercial ó CONCLUSÃO CONSUMO NÃO RECOMENDÁVEL. Matriz alimentícia com prazo comercial vencido pode até não causar danos de saúde coletiva, porém, os limites microbiológicos regulamentares e as características sensoriais não serão seguros e saudáveis legalmente. Até breve. Abraços.
Robson Maia Franco.


          
        

                  
        
        
        


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